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Neusinha Aguiar

Neusa das Graças Aguiar,  a Neusinha é funcionária pública há 36 anos e mãe de quatro filhos. Nascida em Caconde.

 

O seu quintal

Ela  dedicou grande parte da sua trajetória à rotina familiar e ao trabalho. Nos últimos anos, porém, Neusinha voltou-se para suas origens, nutrindo-se da sabedoria das mulheres que a antecederam e reconectando-se com a terra e as plantas medicinais.

A infância foi marcada pela natureza e por tradições simples até os sete anos. “Minha tia sempre dizia: ‘Qualquer chazinho é bom pra tudo, minha filha’”, relembra com carinho, “ As ervas têm potências que podemos usar de acordo com a nossa necessidade. As ervas vão lhe ouvir e você irá receber essa medicina que vai lhe curar”. A tia benzedeira era a referência de mãe para ela. Essas memórias moldaram sua visão sobre as ervas, as plantas e a relação com a terra. “Guardar sementes e perceber o momento  de espalhá-las.” Neusinha  tem aprendido com a observação da natureza, recolhendo as sementes e devolvê-las à terra  no momento certo para elas germinarem.

 

As folhas

Alecrim do Campo

Entre as plantas que a conectam à ancestralidade , destaca-se o Alecrim do Campo, que ela considera sua “planta de força”. Neusinha recorda a tradição da Sexta-Feira Santa, quando o chão da casa era varrido com uma vassoura feita de Alecrim do Campo e as folhas depois eram queimadas no fogo. O aroma não apenas perfumava, mas também limpava e purificava o ambiente.

Para Neusinha, a cura está sempre ao alcance de todos, bastando observar o que a natureza oferece. “A planta que você precisa está do seu lado, só precisa olhar ao redor”, afirma. 

 

O nosso Quintal

A cultura, o coletivo, seus espaços e quintais como um território de resistência e memória, o Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, é um deles: “ Quando nós chegamos aqui era só um grande  quintal com algumas árvores. As plantas foram chegando. Muitas crianças vieram plantar aqui conosco. Grandes matriarcas, povos originários, mães de santo pisaram neste chão trazendo suas ervas e saberes para compor o espaço”, conta. 

“A gente sabe que do outro lado vai vir mais condomínio e com esse modelo de

de morada de muros que pessoas entram e não convivem, né? Acho que a cidade aposta e vai caminhar por esse lugar, mas também acho que a gente tem que ser sempre esses pontinhos de resistência. Porque eu acredito que o mundo não se transforma no macro. Ele vai se transformando no pequeno, né?

E  a gente tem feito o tempo todo no trabalho, na vida, é procurar esse lugar de oásis que muitas vezes é o quintal” 

© 2024 by Fabiana Ribeiro

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