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Marcia Regina 

Mulher negra, nascida em uma família com tradição no uso de ervas medicinais, camponesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) onde atua como coordenadora do setor de saúde há mais de seis anos. Ela também integra a Brigada Oziel Alves e se dedica a projetos que unem o cultivo sustentável à promoção de saúde e bem-estar.

 

O seu Quintal

Desde cedo, Marcinha  esteve em contato com as ervas medicinais. Sua mãe e seu tio cultivavam plantas como capim-limão (ou cidreira), losna e outras espécies que eram usadas para tratar dores e febres, destacando o cuidado necessário no uso dessas plantas. 

Ela volta a se relacionar com a terra quando chegou ao acampamento do MST, em meio a uma separação difícil e uma vida marcada pela violência doméstica. Fugindo de um relacionamento abusivo, encontrou refúgio no coletivo que a acolheu de braços abertos. 

Junto a um coletivo de mulheres no acampamento Marielle Vive, Marcia criou  a horta medicinal no acampamento Marielle, passando a produzir pomadas, tinturas, sabonetes e xaropes para crianças e adultos, utilizando ervas como babosa, sálvia e lavanda. 

O cultivo é 100% natural, sem agrotóxicos e com fertilizantes orgânicos.

 

As Folhas do Quintal

Capuchinha

Márcia tem uma relação profunda com a Capuchinha, uma PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais) considerada por ela uma flor linda e muito nutritiva por ser rica em proteínas, saborosa e muito utilizada em saladas e diversos pratos na culinária . A camponesa explica que suas sementes podem ser feitas em conserva, conhecida como a “alcaparra brasileira”. E também é uma planta medicinal.


 

O Nosso Quintal

Márcia destaca o papel das ervas na saúde do acampamento e a importância do trabalho coletivo. A produção de pomadas naturais com cera de abelhas é utilizada para tratar idosos no Lar dos Velhinhos e crianças com deficiência em projetos sociais ligados ao movimento.

Márcia explica que, além das medicinas naturais, a produção agrícola sustentável do acampamento também supre a cozinha coletiva e ajuda a combater a fome, com cestas de alimentos distribuídas para comunidades em vulnerabilidade e instituições locais.

Para a camponesa, o trabalho com a terra é mais do que um meio de sustento; é uma forma de cura e pertencimento. “Aqui, tudo o que plantamos dá. A terra é rica, não usamos nada de agrotóxico. Aqui tudo é natural. Se tivesse mais acampamento assim não tinha tanta gente doente. Não tinha tanta gente com fome. Nós fazemos tudo. É feito com amor e carinho.” e completa “Essa terra é meu lugar, se eu tiver que morrer, vou morrer aqui.” 

© 2024 by Fabiana Ribeiro

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