As Mulheres
Ancestralidade. Resistência. Afet
As mulheres que ocupam o nosso quintal começam em nossa equipe formada só por mulheres sendo que 50% da equipe é formada por mulheres negras periféricas. Isso já denota o caminho que nosso quintal irá percorrer.
A vontade era fotografar muitas e muitas mulheres, eu e a Andrea Mendes que faz a curadoria, dividindo comigo as inquietações, buscamos contemplar a diversidade e pluralidade, mesmo no que diz respeito a cultura de religiões de matriz africana, são vozes e vivências únicas. Queriamos também trazer a pluralidade religiosa, temos mulheres católicas, da pastoral afro, entre outras. Mulheres ligadas a movimentos sociais como ao MST ( Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), lideranças comunitárias como as PLPs (Promotoras Legais Populares). Mulheres fazedoras de arte e cultura e grupos culturais.
Poder ouvir cada uma delas, porque a fotografia é o resultado de uma construção, é a materialização imagética da troca que faço em uma fotografia documental humanista e afetiva, o comprometimento com o “bem-viver”.
Conversar com elas, fotografá-las é também uma forma de aprender, de ouvir mais e de ser tocada pela potência dessas mulheres, algumas matriarcas dos saberes e fazeres.
O Quintal é o nosso lugar de conversa, de trocas, de resistência, é a nossa conexão com a terra, com as ervas, plantas, é o lugar de cheiro de terra molhada. É onde estão nossos temperos plantados, nossos chás de cura, nossas ervas de banhos. Nossas flores, borboletas e pássaros, nossos varais de roupas lavadas. Nossa cura